Pesquisa indica 91% de eficácia na colocação do balão

Mauro Jácome, médico especialista em endoscopia e cirurgião geral, esclarece funcionamento e eficiência

 

Não é novidade que o número de pessoas que sofrem com obesidade aumenta a cada ano. De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023, monitoramento anual do Ministério da Saúde, no Brasil, a população adulta já é de 1 pessoa com a doença a cada 4. Ainda segundo o levantamento, 24,3% dos adultos brasileiros são obesos. Em contrapartida, pacientes que sofrem com a dificuldade em perder peso têm as inovações tecnológicas da medicina ao seu favor.

Uma pesquisa publicada na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões indica que um desses procedimentos que colaboram com a perda de peso é o balão intragástrico. Esse mesmo estudo salientou que, em 91,3% dos casos, os pacientes que se submeteram à colocação do dispositivo tiveram resultados satisfatórios em relação ao seu quadro.

Neste aspecto, o médico especialista em endoscopia e cirurgia geral que trabalha com a técnica há mais de 20 anos, Mauro Jácome, concorda. Para o especialista, o balão é uma das práticas mais seguras e é capaz de estabelecer a perda de 10 a 30 % do peso corporal, dependendo do balão indicado.

“Trata-se de um dispositivo médico feito de silicone que é preenchido com soro fisiológico e um corante azul chamado azul de metileno colocado no estômago. Uma vez no estômago, o balão é inflado, ocupando espaço e ajudando no controle do peso. Ao ocupar espaço no estômago, o balão intragástrico reduz a capacidade de armazenamento do órgão, levando a uma sensação precoce de saciedade após a ingestão de pequenas quantidades de alimentos. Isso resulta em uma diminuição natural da ingestão calórica, base essencial para a perda de peso”.

Ainda de acordo com o médico, esse procedimento possui poucas contra indicações.  “É seguro e é indicado para aqueles pacientes com IMC(Índice de Massa Corporal) acima de 27”, frisa.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite sete tipos de balões intragástricos.  Cada um deles tem uma recomendação própria e é cabível para um determinado tipo de caso ou de objetivo. Também varia, a partir do modelo selecionado, a duração do tratamento, podendo custar de 4 a 12 meses.

De volta à pesquisa, Balões intragástricos podem ser usados efetivamente, em associação com dieta, como ponte para a cirurgia. “O sucesso do tratamento depende da adesão a um programa de mudança de estilo de vida, incluindo orientação nutricional e atividade física regular. Os resultados variam, mas muitos pacientes perdem uma quantidade significativa de peso durante o período de seis meses a um ano em que o balão está no estômago. Além da perda de peso, os pacientes relatam melhorias na qualidade de vida, níveis de energia e autoestima”, justifica o médico.

Dessa forma, é importante frisar que o sucesso do tratamento também depende do comprometimento do paciente.  “Com o auxílio adequado e o balão intragástrico, você pode estar no caminho certo para alcançar seus objetivos de perda de peso e melhorar significativamente sua saúde e bem-estar”, finaliza.

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